quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

sexta-feira, 9 de outubro de 2009


foto Cristina Paiva

A imagem da cidade

É possível separar os limites do lugar onde vivemos dos nossos próprios limites? O horizonte das nossas possibilidades, ou seja, do modo como percebemos o mundo e nele interferimos, está, de algum modo, contido na forma física do lugar onde habitamos.

A cidade é o suporte e o limite da nossa existência.

E quais são esses limites? Qual é a forma da cidade onde habitamos, e que está em constante transformação?

Segundo Gaston Bachelard, é através da imaginação criadora - construção de fábulas sobre a percepção do mundo real - que o homem conhece o lugar em que habita.

É sobre a tentativa de representar - e assim também inventá-la - a forma da sua cidade - lançando mão de um antendimento sensível, imaginário, que se concentra a obra da artista Cleiri Cardoso.

A matéria-prima de seu trabalho são recortes que recolhe na forma de desenhos e fotografia - aquilo que é possível identificar na imagem desordenada da cidade como elementos contitutivos da paisagem urbana. Depois, os recortes serão combinados entre si, utilizando o recurso da xilogravura, de sobreposição de camadas, para construir no papel ou na própria matriz uma forma nova, que conceda ordem e identidade para essa paisagem. Combinando e recombinando recortes, a artista é capaz não só de criar essa identidade, mas comunicar sua dinâmica e seu aspecto efêmero, em constante construção e destruição.

É o que acontece quando trabalha com aspéctos gráficos do casario, combinando as volutas das grades, os azulejos decorados, as trepadeiras que invadem muros, para criar uma imagem singular da nossa aparentemente banal paisagem cotidiana, revelando ali uma ordem e beleza encobertas.
Em outro momento, a matriz não é mais usada para reprodução: ela assume sua forma construtiva, de objeto com peso e densidade, que parece mais apropriada para tratar das estruturas vazias dos edifícios em construção - outro elemento constante nesse cenário que a artista toma emprestado.
Desse modo Cleiri cria a imagem de sua cidade: recolhendo elementos gráficos e criando para eles uma história, um contexto, uma identidade sensível e aberta, em constante transformação, que é sua própria.

Cristina Paiva
22 de setembro de 2009














fotos cleiri cardoso




fotos Cristina Paiva



Em meus trabalhos atuais tenho observado e refletido acerca dos etados de uma imagem xilográfica. Tenho me encantado com as matrizes, com o gesto gravado que define formas, com os vestígios de tinta restantes na matriz depois da entintagem e da impressão, os relevos, a madeira. Resolvi considerar algumas matrizes como trabalho final. Elas recebem camadas de tinta, impressões ou em alguns casos, nem chegam a ser impressas... Me certifico da força de uma imagem arrancada de um bloco de madeira olhando para elas. E penso.. meu embate com aquela matéria é que vai resultar numa estampa, ela está entre mim e a estampa..é um veículo que me permite comunicar.








terça-feira, 8 de setembro de 2009









sexta-feira, 14 de agosto de 2009



fotografia, maio 2009

anotações

matriz xilográfica com impressão

matriz de xilogravura

espaço de trabalho



meu ateliê, Rua Faustolo, Lapa
xilogravura e gravura em linóleo

xilogravura e gravura em linóleo

gravura em linóleo

xilogravura e gravura em linóleo

recortes de caderno de anotações